quarta-feira, 30 de março de 2011

All the pain in the world

~Um dia, enquanto caminhava pelas longas estradas de pedra de sonhos antigos ainda incompletos, me deparei com o desejo. Era algo que brilhava no topo da mais alta árvore, e eu sabia que nunca chegaria ali, era alto demais... então continuei caminhando, coletando pequenos pedaços desses sonhos que eu sentia a necessidade de completar. Passeava ouvindo apenas o barulho que as folhas secas faziam quando meus pés despercebidos passavam por cima delas. Durante horas caminhei sozinha, e nada me impedia de sentir aquela alegria pura e genuína. Olhando ao meu redor comecei a perceber que não estava mais sozinha, de repente. Casais perfeitos me cercavam, e eu podia escutar apenas as risadas, e ver os beijos e abraços que compartilhavam. Algo estranho me fazia ficar tonta, e como se do nada tudo fosse desmoronar, senti todas aquelas pessoas tremerem. Algumas começaram a chorar, e outras gritavam umas com as outras, e ao me acompanharem em minha caminhada, percebi que o tempo fazia com que eles mudassem. Durante todos aqueles dias vi todas as faces que cada uma daquelas pessoas possuíam, mas não entendia ainda o que era aquilo. Fui recolhendo os pedaços, guardando dentro de mim, com medo de perder algum deles, com medo de que alguém os roubasse.
De repente me vi contemplando uma bela luz, que brilhava no céu, e emitia um arco-íris infinito que saía de dentro da luz e se projetava para todos os lados. Do centro daquele arco-íris refletia tudo o que é a humanidade.
Devo admitir que nunca havia reparado na complexidade que é o homem, ou em como o ser humano busca coisas sem entender porquê. Tudo o que eu havia visto em minha viagem eram coisas que faziam parte de mim, mas que de olhos abertos eu nunca seria capaz de ver. Era preciso ter os olhos fechados, para que a alma e mente se abrissem e assim uma pudesse ajudar a outra a ver o que de fato é verdade.
Todos os pedaços de sonhos que coletei, era emoções jogadas ao léu, emoções desperdiçadas que se perderam dentro de mim mesma. Perdidas pelo medo que colocou minhas vontades no topo da maior árvore e tentou incessantemente me impedir de alcançá-las. Vi minhas fantasias espalahadas ao meu redor, gritando comigo durante dias, porque assim como eu ela estavam frustradas. Fantasias são só fantasias, e elas sempre tem um pouco de verdade, e mostraram-me isso, quando com os olhos fechados aceitei vê-las. Quando cheguei ao fim da minha viagem pude perceber que o que realmente importa são as emoções que de fato não desperdiçamos, os medos que enfrentamos, os amores que nos consomem como a chama de uma pequenina vela, são as verdade que enxergamos e aprendemos a aceitar, são os passos que damos em frente sem olhar pra trás, são os objetivos que alcançamos e tudo o que aprendemos.
Uma vez me disseram que eu não deveria estar com você, e que eu merecia algo muito maior, muito melhor. Pra mim nada é maior do que o meu amor por você, e nada é maior do que o nosso desejo de união. Nada compete com a verdade que aceitamos quando olhamos uns nos olhos dos outros. Nada se compara ao abraço caloroso da saudade. Nada é mais delicioso do que um beijo seu. Com você quero continuar essa jornada estupidamente interrompida, e nunca mais olhar pra trás. Quero olhar para frente e estar contigo, quero te amar todos os dias e não deixar que acabe. Quero que diga que me ama, quero que grite comigo, quero que ria de mim e comigo, quero que chore e sorria, quero que fuja e volte. Quero a verdade que é você por completo. Eu prefiro viver do que fingir estar vivendo. Prefiro sorrir do que botar um sorriso qualquer no rosto. Prefiro estar com  você do que com qualquer outra pessoa no mundo.
E eu te espero, ansiosa pelo dia em que não terei mais que esperar.

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